sábado, 26 de setembro de 2015

POIS!....


VIVER É...

Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. Entre o ânimo e o desânimo, um entusiasmo ora doce, ora dinâmico e agressivo. 

Viver não é cumprir nenhum destino, não é ser empurrado ou rasteirado pela sorte. Ou pelo azar. Ou por Deus, que também tem a sua vida.
Viver é ter fome. Fome de tudo. De aventura e de amor, de sucesso e de comemoração de cada um dos dias que se podem partilhar com os outros. Viver é não estar quieto, nem conformado, nem ficar ansiosamente à espera. 

Viver é romper, rasgar, repetir com criatividade. A vida não é fácil, nem justa, e não dá para comparar a nossa com a de ninguém. De um dia para o outro ela muda, muda-nos, faz-nos ver e sentir o que não víamos nem sentíamos antes e, possivelmente, o que não veremos nem sentiremos mais tarde. 

Viver é observar, fixar, transformar. Experimentar mudanças. E ensinar, acompanhar, aprendendo sempre. A vida é uma sala de aula onde todos somos professores, onde todos somos alunos. Viver é sempre uma ocasião especial. Uma dádiva de nós para nós mesmos. 
Os milagres que nos acontecem têm sempre uma impressão digital. A vida é um espaço e um tempo maravilhosos mas não se contenta com a contemplação. Ela exige reflexão. E exige soluções.

A vida é exigente porque é generosa. É dura porque é terna. É amarga porque é doce. É ela que nos coloca as perguntas, cabendo-nos a nós encontrar as respostas. Mas nada disso é um jogo. A vida é a mais séria das coisas divertidas. 


Joaquim Pessoa, in "Ano Comum"
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Pode ser tudo isto mas, essencialmente, é Amar... Gostar de... 
Tudo o que já vimos e ouvimos, tudo o que vemos e sentimos. Tudo...O que nos faz mais alegres e felizes ou, simplesmente, mais serenos e de bem com a nossa consciência.

                                             
And I Love Her or and I Love Him!

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QUE SEJA ASSIM POR TODA A VIDA...



...E PARA TODO O SEMPRE!









quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Véspera que Antecede um Diferente Amanhecer.


                                                               

 " Lisboa que Amanhece" 
é uma canção que faz parte do Álbum: 
"O Irmão Do Meio", de Sérgio Godinho.





terça-feira, 22 de setembro de 2015

Podem Tombar Casas e Castelos...

...RUÍREM OS MEUS SONHOS MAIS BELOS...
HEI-DE SONHAR SEMPRE MAIS ALTO...E REERGUÊ-LOS!!


Ruínas

Se é sempre Outono o rir das Primaveras, 
Castelos, um a um, deixa-os cair...
 
Que a vida é um constante derruir
 
De palácios do Reino das Quimeras!
 

E deixa sobre as ruínas crescer heras,
 
Deixa-as beijar as pedras e florir!
 
Que a vida é um contínuo destruir
 
De palácios do Reino das Quimeras!
 

Deixa tombar meus rútilos castelos!
 
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
 
Mais alto do que as águias pelo ar!
 

Sonhos que tombam! Derrocada louca!
 
São como os beijos duma linda boca!
 
Sonhos!... Deixa-os tombar... Deixa-os tombar.
 


Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
 





A primeira foto é minha, esta é da net. 

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domingo, 20 de setembro de 2015

Canções Intemporais...( I )




Esta é uma bela canção que atravessou décadas! Recentemente,  foi tema principal da banda sonora do filme: "A Família Bélier".
O filme é possível que nem todos o tenham visto, mas a canção duvido que haja alguém que a desconheça. 
Contudo, prevendo e antevendo essa possibilidade...Oiçam agora, e digam se gostaram!...:)




quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Um Exemplo de Hombridade...



Espero que este tenha uma melhor visualização.


Vi este vídeo, pela primeira vez, no blog de um Amigo. Comovi-me até às lágrimas.
Mais tarde, um outro Amigo enviou-mo por e-mail. Guardei-o no meu arquivo e não voltei a vê-lo...
Hoje,  revi-o! A expressão de espanto e  incredulidade bem visível no rosto dos garotos e as suas respostas- que acredito serem espontâneas - levou-me de novo às lágrimas....
Ainda há esperança que no  futuro, a violência - física e psicológica - contra as mulheres, deixe de ser uma realidade constante?...
Oxalá!...


                                                                  
                                                                                     


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

HEART TANGO.




Vi hoje, na TV, o actor José Fidalgo ser entrevistado e gostei! Simples, simpático, humilde ...Nada, mas nada, convencido e emproado, apesar do êxito que tem granjeado junto do público feminino - e não só -  de aquém e além fronteiras...
Lembrei-me da parceria que fez com a bela Monica Bellucci, quando há uns anos atrás, filmou nas ruas de Lisboa um vídeo publicitário para uma marca de lingerie
Que belo par fizeram e que bem dançaram o Tango!...Lembram-se?

                                                 
 Ora vejam e recordem...Heart Tango!! Belíssimo!!

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domingo, 13 de setembro de 2015

ADEUS!!

PISCINA DAS MARÉS - LEÇA DA PALMEIRA.

O amanhecer deste Domingo chuvoso, decretou, para mim, o final do Verão! Aliás, este ano nem cheguei a sentir que ele tivesse chegado! 
Andei a procurar uma foto de Verões passados e - ainda que o Sol desperte aquecendo os dias que faltam para que oficialmente o calendário nos diga que chegou o Outono -  faço hoje a minha despedida desta estação do ano cada vez mais sem encanto e sem calor!

                                               
                                                 Ciao...

                                                    

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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Já Fui Feliz Aqui [ X ]

Cantinhos, Cantos, Recantos e Poesia,
Fizeram e Fazem - ainda - A Minha Alegria!

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Lembranças saudosas, se cuidais 
De me acabar a vida neste estado, 
Não vivo com meu mal tão enganado
Que não espere dele muito mais. 

De longo tempo já me costumais 
A viver de algum bem desesperado: 
Já tenho co'a Fortuna concertado 
De sofrer os tormentos que me dais. 

Atada ao remo tenho a paciência 
Para quantos desgostos der a vida; 
Cuide quanto quiser o pensamento. 

Que pois não posso ter mais resistência 
Para tão dura queda, de subida, 
Aparar-lhe-ei debaixo o sofrimento. 


( Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" )

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terça-feira, 8 de setembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DE POSSUIR UMA IDENTIDADE ( II )


"O Afogado Mais Formoso do Mundo"


Era verdade! À maioria bastou olhá-lo outra vez para compreenderem que não podia ter outro nome.
As mais obstinadas, que eram as mais jovens, mantiveram-se com a ilusão de que, depois de lhe vestirem a roupa, estendido entre flores e com uns sapatos de polimento, poderia chamar-se Lautaro. Mas foi uma ilusão vã.
Depois da meia-noite tornaram-se mais finos os assobios do vento e o mar caiu na modorra da quarta-feira. O silêncio acabou com as últimas dúvidas: Era Esteban!
Mais tarde, quando lhe taparam a cara com um lenço, para que a luz não o incomodasse, viram-no tão morto para sempre, tão parecido com os seus homens, que se lhes abriram as primeiras gretas de lágrimas no coração. Foi uma das mais jovens a que começou a soluçar, As outras, encorajando-se entre si, passaram dos suspiros aos lamentos e quanto mais soluçavam mais desejos sentiam de chorar, porque o afogado se lhes ia tornando cada vez mais Esteban, até que o choraram tanto que foi o homem mais desamparado da Terra, o mais manso e o mais diligente, o pobre Esteban.
De tal maneira que, quando os homens voltaram com a notícia de que o afogado também não era das povoações vizinhas, elas sentiram um espaço de júbilo, entre as lágrimas.

- Bendito seja Deus – suspiraram – É nosso!

Os homens convenceram-se de que aqueles espaventos não passavam de frivolidades de mulher. Mas, quanto mais se apressavam, de mais coisas se lembravam as mulheres para perder o tempo. Andavam como galinhas assustadas, espiolhando amuletos de mar nos arcazes, umas estorvando aqui porque queriam pôr ao afogado os escapulários do bom vento, outras estorvando ali para lhe porem uma pulseira de orientação, e, ao cabo de tanto tira-te daí mulher, põe-te onde não estorves, olha que quase me fazes cais sobre o defunto, aos homens subiram-lhes ao fígado as suspicácias e começaram a resmungar qual seria o objectivo de tanta ferraria de altar-mor para um forasteiro, que por mais caldeirinhas que levasse com ele iam mastigá-lo os tubarões.
Uma das mulheres, mortificada por tanta insensibilidade, tirou então o lenço da cara do cadáver, e também os homens ficaram sem respiração.
Era Esteban!
Não foi preciso repeti-lo para que o reconhecessem. Se lhes tivessem dito Sir Walter Raleigh, porventura, até eles se teriam impressionado com o seu acento de gringo, com o seu papagaio no ombro, com o seu arcabuz de matar canibais, mas Esteban só podia ser um no mundo, e ali estava estendido como um sável, sem botins, com uma unhas cascalhosas que só podiam cortar-se à faca. 

Havia tanta verdade na sua maneira de estar que até os homens mais desconfiados, os que achavam amargas as minuciosas noites no mar, estremeceram até à medula com a sinceridade de Esteban.
Foi por isso que lhe fizeram os funerais mais esplêndidos que podiam conceber-se para um afogado enjeitado.
Largaram-no sem âncora, para que voltasse, se quisesse e quando o quisesse, e todos retiveram a respiração durante a fracção de séculos que demorou a queda do corpo até ao abismo.

Não tiveram necessidade de olhar-se uns aos outros para se aperceberem de que já não estavam completos, nem voltariam a está-lo jamais. Mas também sabiam que tudo seria diferente a partir desse momento, porque eles iam pintar as fachadas das casas com cores alegres e semear flores nos despenhadeiros, para eternizar a memória de Esteban, e que nos amanheceres dos anos vindouros os passageiros dos grandes navios acordassem sufocados por um cheiro de jardins no alto-mar.

O Capitão teria de descer do seu castelo de popa, com o seu astrolábio, a sua estrela polar e a sua fileira de medalhas de guerra, e, apontando para o promontório de flores no horizonte do Caribe, dissesse, em catorze idiomas: -

- Olhem para ali, de onde o vento é agora tão manso que fica a dormir debaixo das camas, ali, onde o Sol brilha tanto que os girassóis não sabem para que lado girar, sim, ali, é a povoação de Esteban!

FIM 

FOTO MINHA


NOTA: A identidade do afogado, desconhecido, ficou completa, quando, para além de lhe darem um nome próprio, deixou de ser apátrida, sem família, sem terra e sem amigos! Digo eu.

Será que esta história é tão inverosímil quanto, no início, nos pareceu? Nos tempos actuais é caso para pensar...

Obrigada a todos/as,  pela  paciência e gentileza de ler e comentar.

Abraço meu!!






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domingo, 6 de setembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DE POSSUIR UMA IDENTIDADE!... ( I )



"O Afogado Mais Formoso do Mundo"

As primeiras crianças que viram o promontório obscuro e sigiloso que se aproximava pelo mar tiveram a ilusão que era um barco inimigo.
 Depois viram que não levava bandeiras nem mastreação e pensaram que fosse uma baleia. Mas, quando ficou varado na praia, tiraram-lhe os matagais de sargaços, os filamentos de medusas e os restos de cardumes e naufrágios que trazia em cima, e só então descobriram que era um afogado.
Tinham brincado com ele toda a tarde, enterrando-o e desenterrando-o na areia, quando alguém os viu por acaso e deu a voz de alarme na povoação.
Os homens que com ele carregaram até à casa mais próxima notaram que pesava mais que todos os mortos conhecidos, quase tanto como um cavalo, e convenceram-se que talvez tivesse estado demasiado tempo à deriva e a água se lhe tivesse metido dentro dos ossos.

Quando o estenderam no chão viram que tinha sido muito maior que todos os homens, pois mal cabia na casa, mas pensaram que talvez a faculdade de continuar a crescer depois da morte estivesse na natureza de certos afogados.
Tinha o cheiro do mar e só a forma permitia supor que era o cadáver de um ser humano, porque a sua pele estava revestida de uma couraça de rémora e de lodo.
Não precisaram de limpar-lhe a cara para saber que era um morto alheio.
A povoação tinha apenas umas vinte casas de tábuas, com pátios de pedras sem flores, dispersas no extremo de um cabo desértico. A terra era tão escassa que as mães andavam sempre com o temor de que o vento levasse as crianças, e os poucos mortos que lhes iam causando os anos tinham de atirá-los nos despenhadeiros.

Mas o mar era manso e pródigo e todos os homens cabiam em sete botes. Por isso, quando encontraram o afogado, bastou-lhes olharem-se uns aos outros para perceberem que estavam completos.
Naquela noite não saíram para trabalhar no mar. Enquanto os homens averiguavam se não faltava alguém nas povoações vizinhas, as mulheres ficaram a tratar do afogado.
Tiraram-lhe o lodo com tampões de esparto, desenredaram-lhe do cabelo os abrolhos submarinos e rasparam-lhe a rémora com ferros de escamar peixe. À  medida que o faziam, notaram que a sua vegetação era de oceanos remotos e de águas profundas e que as suas roupas estavam em farrapos, como se tivesse navegado por entre labirintos de corais.
Notaram também que suportava a morte com altivez, pois não tinha o aspecto solitário dos outros afogados do mar, nem tão-pouco a catadura sórdida e indigente dos afogados fluviais. Mas só quando acabaram de o limpar tiveram consciência da espécie de homem que era, e então ficaram sem alento.

Não somente era o mais alto, o mais forte, o mais viril e o melhor armado que jamais tinham visto, como ainda, apesar de o estarem a ver, não lhes cabia na imaginação.
Fascinadas pela sua desproporção e formosura, as mulheres decidiram então fazer-lhe umas calças com um bom pedaço de vela carangueja e uma camisa de cambraia de noiva, para que pudesse continuar a sua morte com dignidade. 
Enquanto cosiam, sentadas em círculo, contemplando o cadáver entre dois alinhavos, parecia-lhes que o vento não tinha sido nunca tão tenaz, nem o Caribe tinha estado nunca tão ansioso como naquela noite, e supunham que essas mudanças tinham alguma coisa a ver com o morto.
Pensavam que, se aquele homem magnífico tivesse vivido na povoação, a sua casa teria tido as portas mais largas, o tecto mais alto, o sobrado mais firme e a armação da sua cama teria sido feita de cavernas mestras com pernos de ferro e a sua mulher teria sido a mais feliz.

Compararam-no, em segredo, com os seus próprios homens, pensando que não seriam capazes de fazer em toda uma vida o que aquele era capaz de fazer numa noite, e terminaram por repudia-los no fundo dos seus corações, como os seres mais esquálidos e mesquinhos da Terra.
Andavam extraviadas por esses dédalos de fantasia, quando a mais velha das mulheres, que por ser a mais velha tinha contemplado o afogado com menos paixão do que compaixão, suspirou:

 -  Tem cara de chamar-se Esteban!...

(Continua...)


NOTA: Transcrevi este conto, de Gabriel García Marquez, de uma colectânia de sete, do qual publico a foto da contracapa e a página onde se pode ler o título do referido conto. A capa é de um outro conto, cujo título e foto já aqui referi em tempos.
Não me reconhecendo possuir conhecimentos literários, nem académicos, para fazer uma análise acerca da verosimilhança ou inverosimilhança deste conto, ainda assim, atrevi-me a concluir que o facto de se dar um nome a alguém, desconhecido, o torna mais próximo, mais nosso...mais querido! Daí, o título que dei a este post.
Espero que vos agrade, e, no final, gostaria de saber a vossa opinião, tendo a certeza de que será muito mais abalizada do que a minha!

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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ÀS VEZES - PRECISO...

                   
                                           

De uma Oração que me ilumine...


IMAGEM  DAQUI


...E de uma pintura especial, que me anime!


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terça-feira, 1 de setembro de 2015

UM DIA DE SOL E SOMBRA.

Começou luminoso! O Céu azul com umas nuvenzitas a despontar ao longe, o Sol brilhante sem estar demasiado quente, o mar calmo e o ar ameno convidaram a um passeio ao longo da praia e eu fiz-lhes a vontade. Caminhei!



Depois de um almoço leve, alguém fez a pergunta aos outros membros do grupo:
-  "Vamos tomar uma bebida ao "Atira-te ao Rio"? 
- Bora lá! Estou por vossa conta - respondi- Mesmo sem fazer a mínima ideia do que se tratava! 



Entretanto, o sol escondeu-se por entre as nuvens negras, só para me arreliar e roubar o prazer de captar toda a beleza das águas do Tejo e da Ponte.



Por entre um rasgo de luz surgiu um avião. Também vi passar os aviões, muitos! Gaivotas, nem uma! Pois, no rio não há gaivotas!!

Negrume e mais negrume...e tanto que poderia ter visto, fotografado e admirado!




Tomada a ginjinha, pedi ao empregado se poderia fotografar o cardápio: "Sabe? É para colocar no meu blog, senão ainda me esqueço do nome deste restaurante!"



Na outra margem do Rio Tejo, encoberta pelo nevoeiro, lá estava ela...a eterna Menina e Moça, sempre menina!! 




                                          
Esqueci-me de perguntar qual o nome daquele local onde estive. Será que algum/a de vós me pode ajudar? Obrigada!