quarta-feira, 30 de março de 2016

Ora Recuem Lá no Tempo...

...E puxem pela memória!

     

Reconhecem-nos?
???????

O que mais me intriga, é o facto de não saber 
que raio estão eles a fazer...O que terá ela na mão?
Alguém me pode ajudar?

Desta vez não é enigma, eu não sei, MESMO! A sério!
Sei quem são, não sei é o que fazem...



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terça-feira, 29 de março de 2016

MEA CULPA...



Tela de Jean Auguste Dominique Ingres



Idolatrei-te como se venera um deus, um sábio, um ser superior. Bebia as tuas palavras, que aos meus olhos eram como estrelas de um céu que só os abençoados poderiam ver e alcançar. 
A tua pena discorria leve, em prosas fluídas e translúcidas, como pinceladas coloridas de um pintor consagrado.
Subitamente, um parágrafo, apenas um, mas com a força da lava de um vulcão, derreteu o sortilégio, banalizou o que fora magia. Pude ver, então, que até os deuses não conseguem resistir à vaidade de mostrar o seu saber, passando por cima dos sentimentos e da boa-fé de quem os elevou à condição de sábios, somente, por serem simples e crentes. Ignorando-os, simplesmente.
Onde antes eu via sabedoria alicerçada na modéstia dos grandes, vi um ser vulgar, igual a tantos outros. Tombaste do pedestal e ficaste reduzido a nada. Não lamento, tive o que mereci. A desilusão...E a culpa, se a houve, não foi tua.

Mea culpa...Mea culpa!





domingo, 27 de março de 2016

TUDO VERDADE...OU NÃO!...

....SERÁ?? 

                                                            

                                                                                                                  ...E AQUI??


Muitas meninas na mesma varanda, todas a olhar para a mesma banda!?!...Quantas meninas estão aqui??

Quem sabe...Diga!!

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sexta-feira, 25 de março de 2016

UM AMIGO MAIS SÁBIO...

A Ressurreição: Pietro della Francesca 


Penso assim

A ressurreição simboliza
Que não mais precisamos
De um Salvador, mas sim
De um amigo mais sábio.




(Meriam Lazaro)


P A R A   T O D O S   V Ó S,  M E U S   A M I G O S,

V O TO S   D E  P Á S C O A  M U I T O  F E L I Z .




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quarta-feira, 23 de março de 2016

NBU * ( IV )

Running

Imagens da Net

Hoje em dia quase toda a gente corre, seja qual for a idade e o estatuto social, mas já ninguém diz que corre. É muito mais chique dizer: "Hoje não vou poder ir ao teu almoço, porque tenho que ir fazer running"…
Aliás, há certos bairros onde se efectuam verdadeiras manobras de fuga em running, sabiam?

"Ontem fiz mais cinco quilómetros em 55 minutos", partilha-se amiúde no Facebook. Mas quem é que quer saber disso? O que me interessa a mim, qual a distância que percorreram a correr, enquanto eu estava sentada ao computador ou a caminhar tranquilamente a ver montras? Hein?




Correram? Efectuaram um running saboroso? Porreiro, que bom para vocês! Levaram o iPhone no braço e foram vestidos com roupa de marca que vos custou uma porrada de euros?
(ou de bikini, tanto faz.)
Epá, que bom para vocês! Não, não me interessa sequer a marca dos vossos ténis. Eu não vos chateio com os meus feitos, pois não? Aliás, no outro dia também fiz 5 km. De carro. Para ir buscar três pizzas. Não me ouviram, nem leram, a vangloriar-me disso, pois não?

Tenham juízo e…força nas canetas!!! (lol)

                                            
                                               

* Novos Bimbos Urbanos ( ainda se lembram? )

Nota da redacção: Corram, caminhem, mas mexam-se!
Façam exercício físico. Isto de ficar sentado, horas a fio, em frente ao computer, só vos faz crescer para os lados...:-))


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segunda-feira, 21 de março de 2016

Em Tudo Vejo Poesia...Graças a Deus!!...


Aqui, no meu Cantinho, faço a minha singela homenagem a todos os poetas, clássicos e contemporâneos, através deste belo poema de Régio,
concordando inteiramente com as palavras de José Luís Peixoto:

"A nossa grande sorte é que a poesia está em todos os lugares onde estamos, como uma sombra do que vemos, pensamos, dizemos, somos".

             


Fado Português

O Fado nasceu um dia, 
quando o vento mal bulia 
e o céu o mar prolongava, 
na amurada dum veleiro, 
no peito dum marinheiro 
que, estando triste, cantava, 
que, estando triste, cantava. 

Ai, que lindeza tamanha, 
meu chão, meu monte, meu vale, 
de folhas, flores, frutas de oiro, 
vê se vês terras de Espanha, 
areias de Portugal, 
olhar ceguinho de choro. 

Na boca dum marinheiro 
do frágil barco veleiro, 
morrendo a canção magoada, 
diz o pungir dos desejos 
do lábio a queimar de beijos 
que beija o ar, e mais nada, 
que beija o ar, e mais nada. 

Mãe, adeus. Adeus, Maria. 
Guarda bem no teu sentido 
que aqui te faço uma jura: 
que ou te levo à sacristia, 
ou foi Deus que foi servido 
dar-me no mar sepultura. 

Ora eis que embora outro dia, 
quando o vento nem bulia 
e o céu o mar prolongava, 
à proa de outro veleiro 
velava outro marinheiro 
que, estando triste, cantava, 
que, estando triste, cantava. 

                            


José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo' 


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sábado, 19 de março de 2016

Almas Inquietas.

Tela de  Dima Dmitriev

Saiu do bar e embrenhou-se na escuridão que envolvia toda a rua em direcção à Praceta, vagamente iluminada pelo único lampião fixo na parede.

A cada minuto que passava, a cada hora que se esfumava, sabia que tinha de tomar uma decisão. Mas, naquele preciso momento, soube também, que jamais voltaria a sentir-se feliz, ou sequer triste.

Sentia-se entorpecido pela raiva, muito mais do que pelo desânimo. A raiva era a única coisa que ainda o fazia sentir-se vivo.
Seria essa raiva, que abraçava, deixando-a crescer dentro de si como uma doença, maligna, que o levaria a não deixar-se ir abaixo e transformar-se numa criança indefesa.

Precisava da raiva para enfrentar e tentar resolver aquilo que tinha de ser terminado.

Depois, permitir-se-ia chorar…




quinta-feira, 17 de março de 2016

AS T'SHIRTS POLÉMICAS.

Tudo começou quando a turma de Direito da Faculdade resolveu transformar uma célebre frase numa Tshirt e ela ficou famosa no Campus. A frase era assim:



Então, o pessoal de Medicina resolveu provocar:




O pessoal de Administração não deixou por menos:



E a turma de Agronomia mandou esta:




E não termina por aí!
Depois foi a vez do pessoal de Publicidade:



Logo veio a turma de Engenharia participar também da brincadeira:




Mas a frase Campeã foi realmente a de Economia:



Humm...se fosse eu a a eleger a T'shirt vencedora escolheria outra.
Discordo totalmente, da malta da Faculdade de Economia!

....E os meus Amigos/as, o que se lhes oferece dizer sobre isto??

:))


domingo, 13 de março de 2016

" Morte Constante Para Além do Amor ".

Tela de  Serge Marshennikov


Ao senador Onésimo Sánchez faltavam-lhe seis meses e onze dias para morrer quando encontrou a mulher da sua vida.
Conheceu-a no Rosal del Virrey, uma povoaçãozinha ilusória, que de noite era um abrigo furtivo para os navios de longo curso dos contrabandistas. Até o seu nome parecia uma zombaria, pois a única rosa que se viu naquela povoação levou-a o próprio senador, na mesma tarde em que conheceu Laura Farina.

Desde que conheceu o senador Onésimo Sánchez, na primeira campanha eleitoral, Nelson Farina tinha suplicado a sua ajuda para obter um falso bilhete que o pusesse a salvo da justiça. O senador, amável mas firme, tinha-lho negado.
Nelson Farina não desistiu durante vários anos, e cada vez que se lhe proporcionava uma ocasião repetia a diligência com uma petição diferente. Mas recebeu sempre a mesma resposta. De maneira que daquela vez deixou-se ficar na rede, condenado a deixar-se apodrecer vivo naquela ardente guarida de corsários. Cuspiu o seu rancor:

   - Merde – disse -   c’est le Blacaman de la politique.

   Depois do discurso, como de costume, o senador deu um passeio pelas ruas da povoação. Uma mulher encarrapitada no telhado de uma casa, entre os seus seis filhos menores, conseguiu fazer-se ouvir por cima do alvoroço.

   - Eu não peço muito, senador – disse – a não ser um burro para trazer água do Poço do Enforcado.
   O senador observou as seis crianças esquálidas.
    - Que é que aconteceu ao teu marido? – perguntou.
    - Foi procurar destino na ilha de Aruba – respondeu a mulher, bem-disposta – e o que encontrou foi uma forasteira daquelas que põem diamantes nos dentes.
    A resposta provocou um estrondo de gargalhadas.
   - Está bem – decidiu o senador – terás o teu burro.
   Pouco depois, um ajudante levou a casa da mulher um burro de carga, nas costas do qual tinham escrito com pintura eterna um manifesto eleitoral, para que ninguém se esquecesse de que era uma dádiva do senador.

  Na última esquina, por entre as estacas do pátio, viu Nelson Farina na rede e pareceu-lhe cinzento e murcho, mas cumprimentou-o sem afecto:
   - Como está?
   Nelson Farina virou-se na rede e deixou-o ensopado no âmbar triste do seu olhar.
   -  Moi, vous savez – disse.
   A sua filha apareceu no pátio ao ouvir a troca de palavras. Trazia vestida uma bata cubana vulgar e usada e tinha a cabeça enfeitada com laços de fitas. Mesmo naquele estado de negligência era possível imaginar que não havia outra mais bela no mundo. O senador ficou sem alento.
   - Porra – suspirou assombrado – as tolices que Deus se lembra!

   Nessa noite Nelson Farina vestiu a filha com as suas melhores roupas e mandou-a ao senador. Dois guardas armados de rifles, que cabeceavam de calor na casa emprestada, mandaram-na esperar na única cadeira do vestíbulo.
   O senador estava no quarto contíguo, reunido com os principais do Rosal del Virrey. Tinha a camisa ensopada de suor e tentava secá-la sobre o corpo com a brisa quente do ventilador eléctrico, que zumbia como um moscardo na modorra do quarto.
     Enquanto falava, o senador tinha arrancado um cromo do calendário e tinha feito com as mãos uma borboleta de papel. Pô-la na corrente do ventilador, sem nenhuma intenção, e a borboleta revoluteou dentro do quarto e depois saiu pela porta entreaberta.

   Laura Farina viu sair a borboleta de papel. Depois de ter dado várias voltas, a enorme borboleta litografada desdobrou-se completamente, esborrachou-se contra a parede e ali ficou pegada. Laura tentou arrancá-la com as unhas e um dos guardas reparou na sua tentativa inútil.
   -- Não se pode arrancar – disse entre sonhos – está pintada na parede!

     Laura voltou a sentar-se quando começaram a sair os homens da reunião.
O senador permaneceu na porta do quarto com a mão na aldraba e só reparou em Laura quando o vestíbulo ficou desocupado.

   - Que fazes aqui?
   - C’est de la part de mon père – disse ela.

  O senador compreendeu. Observou atentamente Laura Farina, cuja beleza inverosímil era mais imperiosa que a sua dor, e então decidiu que a morte decidisse por ele.
  - Entra – disse-lhe.
  Laura ficou maravilhada na porta do quarto: milhares de notas de banco flutuavam no ar, esvoaçando como a borboleta. Mas o senador apagou o ventilador, e as notas ficaram sem ar, e pousaram-se sobre as coisas do quarto.

   - Já vês – sorriu – até a merda voa.

   O senador sentou-se numa cama de campanha falando de rosas, enquanto desabotoava a camisa. Atirou para o chão a camisa molhada e pediu a Laura que o ajudasse a tirar as botas.
   Ela ajoelhou-se diante do catre. O senador continuou a estudá-la, pensativo, e, enquanto lhe desapertava os atacadores, perguntou-se para qual dos dois seria a má sorte daquele encontro.

   - És uma criança – disse.
   - Não acredite – disse ela – vou completar dezanove em Abril.
   O senador interessou-se.
    - Em que dia?
    - A onze – disse ela.
    O senador sentiu-se melhor.
   - Somos Aries – e acrescentou sorrindo: - É o signo da solidão.

   Laura não lhe prestou atenção, pois não sabia o que fazer com as botas. O senador, por seu lado, não sabia o que fazer com Laura, porque não estava habituado aos amores imprevistos, e, além disso, estava consciente de que aquele tinha origem na indignidade.
   Só para ganhar tempo para pensar, prendeu Laura entre os joelhos, abraçou-a pela cintura e estendeu-se de costas no catre. Então compreendeu que ela estava nua por baixo do vestido, porque o corpo exalou uma fragrância obscura de animal de monte, mas tinha o coração assustado e a pele aturdida por um suor glacial.

   - Ninguém gosta de nós – suspirou ele.

   Deitou-a a seu lado, para a ajudar, apagou a luz e o aposento ficou na penumbra da rosa. Ela abandonou-se à misericórdia do seu destino. O senador acariciou-a lentamente, procurou-a com a mão, mal lhe tocando, mas onde esperava encontrá-la topou com um estorvo de ferro.

   - Que tens aí?
   - Um aloquete – disse ela.
   - Que disparate! – Disse ele, furioso, e perguntou o que sabia de sobra: - Onde está a chave?

  Laura Farina respirou, aliviada.
  - Tem-na o meu pai – respondeu – Disse-me que lhe dissesse a si que a mande buscar por um mensageiro e que lhe mande com ele uma promessa escrita de que lhe vai resolver a situação.
   O senador pôs-se tenso. «Francesote cabrão», murmurou, indignado. Depois cerrou os olhos para relaxar-se e encontrou-se consigo próprio na obscuridade.

Recorda – lembrou – que sejas tu ou outro qualquer, estarás morto dentro de um tempo muito breve e que pouco depois não restará de vós, nem o nome.
Esperou que passasse o calafrio.

   - Diz-me uma coisa – perguntou então – o que ouviste dizer de mim?
   - A verdade, verdadinha?
   - A verdade, verdadinha.
   - Bem – atreveu-se Laura farina – dizem que o senhor é pior do que os outros, porque é diferente.
   O senador não se perturbou. Manteve um silêncio grande, com os olhos fechados, e quando voltou a abri-los parecia regressar dos seus instintos mais recônditos.

   - Que merda! – decidiu – diz ao cabrão do teu pai que lhe vou resolver o assunto.
   - Se quer, vou eu mesma buscar a chave – disse Laura Farina.
   O senador reteve-a.
   - Esquece a chave – disse – e dorme um bocado comigo. É bom estar com alguém quando se está só.

     Então ela deitou-o no seu ombro. O senador abraçou-a pela cintura, escondeu a cara na sua axila de animal de monte e sucumbiu ao terror. 

Seis meses e onze dias depois havia de morrer nessa mesma posição, pervertido e repudiado pelo escândalo público de Laura Farina e chorando com a raiva de morrer sem ela.



Conto de Gabriel García Márquez - transcrito de uma colectânea composta por sete contos, um dos quais já aqui publicado no ano passado.



sexta-feira, 11 de março de 2016

Confissões Macabras...





Em Pias, no leito de morte,  Albertina decidiu confessar ao António:
- Toino, sabias co nosso filho más velho nã é tê filho?

O Toino, muito tranquilo, responde-lhe:
- Dêxa lá Albertina, nã há nenhum problema…

Albertina, muito intrigada com toda a calma do sê Toino, suplica-lhe:
- Escuta lá Toino! Vê se intendes! Tou a dizêr-te cô té filho não é teu!

E o Toino muito serenamente responde-lhe:
- Pois, sim senhôra…eu entendi, Albertina.

- Ai, Jasus!! Por que raios atão tu nã tás zangado e ficas tã  sogadinho, homi?! – pergunta a alentejana aflita.
Finalmente, o Toino lá responde:
- Pois… sabes Albertina,  este filho nã é tê filho, tamém…

Albertina indignada rebate:
- Como nã é meu, home de Deus? Sê carreguê o desinfeliz na minha barriga durante nove mesis?!


E explica o alentejano:
- Lembras-te quando tu tavas na maternidade me pediste para trocar o menino, que tava todo cagado?  Pois…ê troquê-o por um limpinho que tava ao lado…



TENHAM TODOS: