quarta-feira, 5 de abril de 2017

DO AZUL INFINITO.




ORAÇÃO À LUZ


 (  Excerto )



A inabalável rocha taciturna
Quando a electriza teu deslumbramento
Acorda e sonha na mudez soturna…


Por ti se volve areia; e num momento
A areia é lodo, é seiva, é fruto lindo
É carne humana, é sangue, é pensamento…


Por ti a água exulta, anda bramindo
Por ti rola do monte ao sorvedoiro
E voa, em nuvens, pelo azul infinito…


Por ti um sopro anímico e fecundo
Penetra o lodo, a rocha, a água, o ar
Voa de esporo a esporo, e mundo a mundo…


Por ti a asa, o lábio, a mão, o olhar…
Por ti o canto e o riso e o beijo e a ideia…
Por ti o verbo ser e o verbo amar!…




( Guerra Junqueiro )




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25 comentários:

  1. Belíssimo ,beijinhos muitas felicidades

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    1. Toda a poesia de Guerra Junqueiro é muito bela, sim, Emanuel.
      Obrigada, um beijinho. :)

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  2. Uma declaração de amor, um hino à luz.
    Que luz te está a iluminar assim, Janita? :)

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    1. A mim, infelizmente,nenhuma, Luísa. :)
      Não sou uma iluminada...

      Um beijo. Obrigada.

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  3. Muito bonito! Imperdoavelmente, não conheço a poesia de Guerra Junqueiro. Tenho de me redimir...

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    1. Tenho uma pequena colecção, composta por onze livros de Guerra Junqueiro, e ao longo dos anos não me canso de os ir relendo, Graça. Fazem parte dos meus pequenos/grandes tesouros literários. Tenho a certeza que ias adorar.

      Um beijinho, hoje especial...:)

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  4. Lindo. Fico com vontade de conhecer a poesia deste autor.
    Um abraço

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    1. Se não conhece, Elvira, talvez haja e-books na net.
      Espero não estar a dizer nenhuma asneira, mas...
      Um abraço.

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  5. Não conhecia. Não sou amiga da poesia embora goste de ler poemas
    Kis :=}

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    1. Ainda estás a tempo de tomar gosto, AvoGi. ;)

      Beijos.

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  6. Azul....

    Abraco grande, grande

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    1. Se não me engano, a tua cor preferida, Ricardo!!! :)

      Grande abraço e um beijinho.

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  7. E bem que preciso de azul depois de tanto cinzento no Vietname continuado aqui em Macau.
    Beijinhos

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    1. Parece que o sol tarda por aí, Pedro.
      Então foi de férias e continuou a ver os malfadados tons cinza?
      Que azar...o postal que nos mostrou, antes de ir, era um sonho. :)

      Beijinhos.

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  8. A minha cor, o azul!
    O poema muito bem escolhido.

    Beijinhos Janita

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    1. É rara a pessoa que não gosta da cor azul. É tão linda...:)

      Beijinhos, Manu.

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  9. apaziguo tempestades num gri
    to de azul
    e mergulho no fini
    to possível.
    Desejo o infini...
    to.

    Bj, Janita.

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    1. A cor azul tem um afeito apaziguador, de facto.
      Gostei do poema.
      Desejos de infinito
      azul de céu
      e mar...

      Um beijo, Agostinho.
      Obrigada

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  10. Tantos são os azuis
    Boa partilha
    Bj

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    1. Até o Mar Arável é uma bela pincelada de Azul. :)
      Beijos.
      Obrigada, Eufrázio.

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    1. Todos os poemas de Guerra Junqueira que publico, são transcritos de livros do escritor.

      A poesia do Jaime também é muito bela.
      Hei-de voltar ao seu blog.

      Um beijo e grata pela visita

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  12. "Por ti o verbo ser e o verbo amar!"
    É um bom final e um excelente princípio!

    Beijokas!

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    1. E disseste tudo o que GJ acretitava, meu amigo.

      Beijokas. :)

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  13. A poesia de Guerra Junqueiro tem a magia de nos levar até ao infinito, azul neste particular.

    Mais um céu sem nuvens amiga Janita :)

    Um beijinho cheio de Luz

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